Brunei

O país importa quase tudo o que consome, desde arroz - alimento básico da dieta nacional - até carne, vestuário e máquinas. No entanto, tem enorme reserva de petróleo e gás natural. Para diversificar a economia, o governo investe na exploração de sílica para a indústria ótica e de microchips. O regime é ditatorial e os partidos são proibidos. A minoria chinesa, cerca de 20% da população, é discriminada e não pode freqüentar escola pública. O país é pequeno. Localizada no noroeste da ilha de Bornéu, no Sudeste Asiático, a área de Brunei equivale a um quarto da de Sergipe. FATOS HISTÓRICOS – Monarquia islâmica instaurada no início do século XVI, o sultanato inicialmente domina a ilha de Bornéu. Entra em declínio no século XIX, perdendo território para o Reino Unido. Em 1888 torna-se protetorado britânico. Em 1941, durante a II Guerra Mundial , os japoneses o invadem. Mas volta a ser dependência do Reino Unido em 1945. No pós-guerra ganha autonomia gradualmente, até a independência, em 1984. É governado ditatorialmente desde 1968 pelo sultão Hassanal Bolkiah, que proíbe a atividade política. Em aberto desafio ao regime, a oposição organiza, em 1985, o Partido Nacional Democrático de Brunei (PNDB), que combina islamismo e nacionalismo. A situação política agrava-se em 1986, quando o sultão se vê diretamente envolvido no escândalo Irã-Contras, com a doação secreta de US$ 10 milhões para os rebeldes anti-sandinistas da Nicarágua. Para controlar a turbulência política, ele acentua a repressão e mantém o estado de emergência decretado em 1962. O PNDB é dissolvido em 1988. Um pequeno ensaio de liberalização começa em 1995, quando é permitida a realização de assembléias de partidos políticos. Em julho do ano seguinte, o sultão liberta Zaini Ahmad, ativista preso desde 1962. Em março de 1997, uma ex-miss dos Estados Unidos, Shannon Marketic, acusa o sultão de tê-la escravizado sexualmente durante um mês.

MISSÃO PORTAS ABERTAS - BOLETIM N.41/2001. BRUNEI Cristão continua preso em Brunei. As autoridades procuram interromper as conversões de muçulmanos ao cristianismo Somente um dos sete cristãos presos em dezembro e janeiro por supostas atividades “sectárias” permanece na cadeia, mas o paradeiro de outro é desconhecido. Yunus Murang, um funcionário civil lotado no Departamento de Saúde, foi inicialmente acusado de evangelizar muçulmanos em Brunei. Mas, depois que os oficiais do Departamento de Segurança Interna (DSI) examinaram os documentos descobertos em sua valise na noite de sua prisão, eles detiveram Murang com base na Lei de Segurança Interna de Brunei por suposta participação em atividades sectárias religiosas. Desde então ele tem sido acusado de contrabandear Bíblias indonésias para o país e recebeu uma sentença de dois anos de prisão. Murang foi detido na casa de Malai Taufick Haji Malai Mashor, um muçulmano convertido ao cristianismo, logo depois da meia noite de 17 de dezembro em Bandar Seri Bugawan, capital de Brunei. Taufick foi detido na mesma época. cerca de 50 oficiais de polícia identificando-se como oficiais do DSI e da Agência de Segurança Interna, deram uma busca completa e levaram três pacotes de Bíblias e literatura cristã. Em fins de março, o porta-voz do DSI informou que Taufick “não estava mais sob sua custódia”. Sua localização ainda é desconhecida, mas a esposa de Taufick acredita que ele pode ter sido liberado para membros da família, que é muçulmana, para reabilitação. De acordo com a lei de Brunei, Taufick ainda é muçulmano, desde que a lei não prevê a conversão de muçulmanos para outras religiões. Taufick é membro da influente família Haji Malai Mashor, de Brunei. Apesar de sua origem muçulmana fundamentalista, sabe-se que ele foi curado da febre da dengue, tornou-se um cristão e foi batizado em 1997. Sabe-se que as autoridades estão procurando pela esposa de Taufick, que estava fora do país em viagem de negócios quando aconteceu a detenção do marido. Os quatro filhos pequenos de Taufick não estão atualmente no Brunei. De acordo com a lei muçulmana que trata da família, os parentes de Taufick têm o direito de tomar os filhos dos pais “apóstatas” e de criá-los como muçulmanos. Entre os que foram soltos em meados de fevereiro estavam Tokching bin Ikas, um engenheiro do Departamento de Saúde; Mariam Murang (irmã de Yunus); Mary Cheong, dentista; e ‘Ibu’ Roslin, dona de casa. Tocking, Mariam Murang, Cheong e Roslin foram detidos no dia 30 de janeiro. “Vocês são pessoas estranhas. Ao invés de ficarem tristes, vocês cantam”, comentou-se que um guarda teria dito. Fredie Chong Abdullah, um muçulmano convertido ao cristianismo, foi preso no dia seguinte a Murang e Taufick, no dia 18 de dezembro. Mas, de acordo com uma fonte bem informada, a única ligação que Chong tivera com os dois homens fôra uma negociação com Taufick. Enquanto estava sob interrogatório, sabe-se que Chong negou qualquer envolvimento com Taufick a não ser de negócios. Não se sabe a data de sua libertação. Não se sabe também se os que foram soltos tiveram sua liberdade condicionada a alguma coisa. A libertação deles aconteceu durante a semana de 11 de fevereiro, mas sabe-se que foi-lhes dito para não deixarem o país nem falar sobre a detenção. Uma fonte ligada ao caso disse que os cristãos estavam detidos devido à participação deles num bem organizado programa de oração. Apesar das reportagens conflitantes dos meios de comunicação, as autoridades de Brunei estão obviamente preocupadas com o crescimento do cristianismo na nação do Sudeste Asiático, onde o islamismo é a religião oficial. Uma reportagem do jornal Borneo Bulletin, publicada no dia 22 de março, repetiu uma reportagem da Rádio e Televisão Brunei, de que 25 pessoas estavam sob investigação no caso, 13 muçulmanos e 12 cristãos. A reportagem dizia que 10 dos cristãos eram membros de uma seita local chamada Conselho Bíblico do Borneo, apesar de fontes da igreja afirmarem que tal grupo não existe. O Bulletin disse que “fôra descoberto que eles tinham feito planos para desencaminhar muitos muçulmanos de sua crença através de mentiras”. No dia 26 de março, o jornal The Sun, da Malásia, publicou uma reportagem da Agência France Press que dizia que Murang, Taufick e Fredie Chong Abdullah eram “acusados de tentar espalhar o cristianismo no Sultanato”. O artigo citou o DSI de que as atividades dos cristãos tinham “por objetivo desviar a crença da população muçulmana por meios enganosos”. Alertava-se o público para “preservar a harmonia religiosa e a estabilidade” do país. Um artigo de 24 de dezembro do Sunday Express, um jornal diário do Brunei, ligou estreitamente Murang, Taufick e Chong e suas “supostas atividades sectárias” à Igreja Evangélica do Borneo (Sidang Injil Borneo, ou SIB), uma denominação evangélica dos estados de Sabah e Sarawak, no leste da Malásia. Mas os líderes da SIB disseram à Portas Abertas que o artigo era enganoso. Como membros desde 1984 da Associação Evangélica da Malásia, a SIB nunca poderia ser classificada como seita, disseram os líderes. A SIB começou quando três missionários australianos da Missão Evangélica do Borneo conseguiram as primeiras conversões no povo Lun Bawang, em 1928. Hoje, é a maior denominação da Malásia com um total de 200.000 membros, a maioria de povos indígenas da Ilha do Borneo. Brunei: 32 è a sua posição na CLASSIFICACÀO DOS PAÍSES POR PERSEGUICÃO. Giuseppe Ângelo Nava Missão Portas Abertas Base Brasil imprensa@portasabertas.org.br www.portasabertas.org.br

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